
Em pouco mais de 50 anos de existência, Tucuruí tem sua história transformada pela construção da Usina Hidrelétrica. Nesses dois momentos distintos, antes e depois do funcionamento da usina, não foi apenas a configuração geográfica do município que mudou. A base econômica, a formação da população e as perspectivas acompanharam essa transformação radical, fazendo de Tucuruí, hoje, um pólo de geração de energia com capacidade para explorar, de forma racional, as belezas naturais enriquecidas pelo lago artificial.
Quem chegasse a Tucuruí em 1947, recém elevado à condição de município, encontraria um lugar aprazível à margem do rio Tocantins, na época um movimentado entreposto comercial da região formada pelos rios Tocantins e Araguaia.
Em 1950, segundo o Recenseamento Geral, Tucuruí tinha 2448 habitantes. A população se concentrava na cidade de Tucuruí e na vila de Remansão. Existiam ainda os povoados de Nazaré dos Patos e Muru, mas ambos com menos de 100 habitantes.
Naquela época, a base da economia de Tucuruí era a extração da castanha-do-pará, chegando o município a exportar, em 1956, mais de 3 mil hectolitros do produto. O comércio de madeira era a outra atividade econômica digna de destaque. O município importava quase tudo o que consumia, uma característica que permanece até hoje, à exceção dos gêneros alimentícios.
Cinco décadas depois, sob as bênçãos de São José, o padroeiro do município, a população teve um crescimento extraordinário, saltando para quase 90.000 habitantes.
A geração de energia é sua principal fonte de arrecadação. Mas o município também investe em outros setores econômicos, como a produção agrícola, a pecuária, a exploração de madeiras e a atividade pesqueira.
Tucuruí tem mais de 50 anos de emancipação política. Mas sua história começa a ser escrita ainda no século XVII, quando em 1625 o frei Cristovão de Lisboa chegou à região pretendendo fazer contato com os índios. Em 1781, o governador José Napoles Telles de Menezes fundou o lugarejo de São Bernardo de Pederneiras e, no ano seguinte, criou o Registro de Alcobaça.
Já no século XIX, a região do Tocantins-Araguaia passou a ser ocupada por aqueles que chegavam em busca de suas riquezas naturais, e também interessados na proximidade com as terra que hoje formam os estados de Goiás e Tocantins. O núcleo populacional formado às margens do rio Tocantins, no lugar conhecido como Pederneiras, município de Baião, passou a ser a freguesia de São Pedro de Alcântara em 31 de outubro de 1870, através da Lei nº661.
Nova denominação foi dada em 19 de Abril de 1875, pela Lei nº839. O local foi chamado de São Pedro de Alcobaça até 30 de dezembro de 1943, quando passou a denominar-se Tucuruí, por força do Decreto-Lei nº 4.515. O novo nome, cuja origem indígena significa "rio dos gafanhotos" ou "rio das formigas", permanece até hoje, identificando o local que, quatro anos depois, seria desmembrado de Baião para se tornar o município de Tucuruí, através da Lei nº062, artigo 36, de 31 de dezembro de 1947. Em 13 de maio do ano seguinte foram realizadas as primeiras eleições municipais. A Câmara foi instalada no dia 29 do mesmo mês.
Tucuruí sempre esteve destinado a construção de grandes projetos. Primeiro foi a construção de uma estrada de ferro, objetivando transpor as cachoeiras do Tocantins, entre Tucuruí e Marabá, e ligar Belém a Goiás. Com 391 km , a ferrovia iria de Alcobaça a Boa Vista do Tocantins. Foi criada então a Companhia de Viação Férrea e Fluvial do Tocantins, que depois de 1905 passou a chamar-se Companhia de Estradas de Ferro do Norte do Brasil. Em 1908, foram inaugurados 43 km da ferrovia, que chegou a 84 km , com as seguintes estações em seu percurso"Arumateua (Km-25), Breu Branco (Km-43), Independência (Km-53), Tucuruí (Km-68), e Região (Km-97). A Companhia encerrou as atividades e o acervo da ferrovia foi adquirido pelo Governo Federal. Hoje, porém, não mais existe, já que a estrada de ferro foi extinta em 1974. Depois foi a construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, que viria a ser a maior Usina Hidrelétrica genuinamente nacional e a maior obra em concreto já realizada no Brasil.
Situada na Região Sudeste do Pará, à margem do rio Tocantins, Tucuruí cresce nessas cinco décadas de emancipação e, com a construção da hidrelétrica, tornou-se o maior centro gerador de energia do país. Em 22 de novembro de 1984, o então presidente, João Batista Figueiredo, inaugurou não apenas a Hidrelétrica de Tucuruí, mas um novo tempo na história do município e do próprio Estado do Pará.

Praça Jarbas Passarinha

Estação da Estrada de Ferro Tocantins
Local onde hoje é a Feira Municipal
Centro da Cidade no final da década de 70
A origem do município de Tucuruí, palavra que na língua indígena significa "Rio de Gafanhotos" ou "Rio de Formigas" , remonta o ano de 1782, quando era governador do Pará José de Nápole Têlo de Menezes, conforme registra a Grande Enciclopedia da Amazônia do historiador Carlos Roque. Naquele ano a fundação do Forte da Fachina levou ao surgimento do forte de Alcobaça. Também chamado de Nossa Senhora de Nazaré, o forte tinha duas funções bem distintas a fiscal e a militar.
Em 31 de outubro de 1870 foi criada pela Lei n. 661 a Freguesia de São Pedro de Alcântara. no lugar conhecido como Pederneiras pertencente ao município de Baião, onde se concentrava o maior número de habitantes daquele trecho do Rio Tocantins. O nome da freguesia foi mudado para São Pedro de Alcobaça em 19 de abril de 1875, através da Lei 839.
Em 1980, o governo republicano autorizou a construção de varias linhas férreas, entre as quais a Estrada de Ferro Tocantins que tinha por objetivo possibilitar o acesso aos Estados de Goiás e Pará, impossibilitado por via fluvial devido aos trechos encachoeirado do Rio Tocantins, a construção até Jatobal, um trecho de 117 km, trouxe vários benefícios para a freguesia, como a construção de uma escola e de um hospital, deixando a cidade um ponto estratégico entre Belém, Goiás e o sertão do Maranhão. Em 1894 a freguesia foi completamente destruída pelos índios Assurinis da reserva Trocará. Através do Decreto n.4505, de 30 de dezembro de 1943, o nome Tucuruí substituiu São Pedro de Alcobaça.
Até 1947 Tucuruí pertenceu ao território de Baião. A Lei 63 de 31 de dezembro daquele ano, criou o município de Tucuruí.
A Estrada de Ferro Tocantins foi extinta em 1974, mas desde o ano anterior já estava chegando a cidade os empregados da Eletronorte que iriam trabalhar na construção da Usina Hidrelétrica Tucuruí. A obra de grande dimensão provocou uma verdadeira explosão demográfica em Tucuruí, que não tinha infra-estrutura para receber tanta gente. A rotina da cidade passou a girar em torno das obras da hidrelétrica, que começaram em 1976. A usina foi inaugurada em 1984, levando energia elétrica para vários pontos do Estados e também para o Nordeste do país, mas acabou provocando um grave problema social, ao dispensar milhares de trabalhadores que não tinham outra opção de emprego.
Além da sede do município o núcleo onde moram os trabalhadores da hidrelétrica. chamada de Vila Permanente, construído pela Eletronorte.
Inauguração do primeiro gerador em 1984
Inauguração gerador 13 em 2002
Inauguração do gerador 17
Em março de 1980 ocorre uma das maiores cheias no rio Tocantins, superando a mais conhecida, de 1926. A cidade de Tucurui e a usina a ser construida 7 km a montante se localizam no baixo Tocantins, na cota 19 metros em relação ao nivel do mar.
Na UHE Tucurui, em 1980 as obras estão nas fundações, com ensecadeiras de mais de 56 m de desnivel entre a crista e a fundação de rochas. Os trabalhos de concretagem estão na primeira fase. A ensecadeira é um pouco diferente daquelas construidas em Ilha Solteira e Jupiá. Pela característica do rio, tem um muro defletor de concreto na extremidade a montante, para evitar a erosão. A crista da ensecadeir da montante tem cota 27 m e a da jusante de 19 m em relação ao nivel do mar.
Para a previsão de vazão, o sistema da usina contava com 5 postos de supervisão, que faziam leituras diárias enviadas ao centro de processamento de informação. No dia 16/2, a vazão chega a 35.000 m3/s. No dia 25 / 2, o volume é de 51.000 m3/s, com previsão de passar dos 60.000 m3/s no começo do mes de março. Com esta vazão prevista, a crista da ensecadeira a montante e a jusante pode ser superada pelo nivel do rio e emergencialmente é realizado o levantamento da ensecadeira em 3 metros, bem como do muro defletor para minimizar o risco de overtopping. Com estas providências, a ensecadeira passa a poder suportar uma vazão de até 70.000 m3/s. Em dois de março de 1980 a máxima vazão é atingida e chega a 61.000 m3/s, não representando risco para a obra.
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